domingo, 15 de fevereiro de 2009

Natureza x natureza

Há mais de dois séculos, Jeremy Bentham resumia nestes termos as objeções que suscitam uma atitude especista:

"Os franceses já perceberam que a pele morena não é razão para abandonar sem recursos um ser humano aos caprichos de um perseguidor. Talvez notem, um dia, que o número de pernas, a pilosidade da pele ou a extremidade do osso sacro são razões de longe insuficientes para abandonar uma criatura sensível á mesma sorte. (...). O que mais deveria determinar a linha insuperável? A faculdade da razão, ou, talvez, a capacidade de falar? Mas um cavalo ou um cão adultos são animais incomparavelmente mais racionais e mais falantes do que uma criança de um dia, de uma semana ou até mesmo de um mesmo. E ainda que não o fossem, o que isso mudaria? A questão não é saber se são capazes de raciocinar ou falar, mas, sim, se são passíveis de sofrimento".


O dia da libertação ainda não chegou e hoje, assim como ontem, os animais continuam sendo vítimas de uma discriminação arbitrária tanto quanto as discriminações racistas e a exploração - onipresente, massiva, feroz - que daí resulta e por esta razão é tão injustificável quanto a escravidão. Essa discriminação é um pedestal sobre o qual nossa civilização foi construída.


Trecho do texto Para acabar com a idéia de Natureza, e reatarmos com a ética e a política, de Yves Bonnardel. Leia na íntegra acessando o site Pensata Animal

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